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Registo de autoridade

Eurico Rezende

  • ER
  • Pessoa singular
  • 1979 - 1983

Formado em direito pela Universidade Federal do Espírito Santo, começou sua militância política atuando como redator do jornal oposicionista A De¬mocracia, editado por estudantes, em Vitória. Protestou através de um telegrama endereçado ao presi¬dente Getúlio Vargas, contra a implantação do Estado Novo em novembro de 1937. Com a interceptação do telegrama antes que che¬gasse ao seu destino, foi preso e libertado dois dias depois.
Iniciou sua vida política como membro União Democrática Nacional (UDN), que tinha como objetivo, defender as liberdades democráticas e o desenvolvimento econômico autônomo do Brasil. Participou das articulações que resultaram no movimento político-militar de 31 de março de 1964, que depôs o presidente João Goulart (1961-1964).
Em sua vida profissional e política, ocupou diversos cargos e funções, visto que além de advogado, Eurico Rezende foi jornalista e professor. Foi superintendente do jornal A Tribuna, redator-chefe de A Gazeta e trabalhou no Diário de Vitória, todos na capital capixaba. Fundador da Universidade do Dis¬trito Federal, em Brasília, da Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia, em Vitória, e da Universidade do Vale do Rio Doce, em Colatina (ES), foi reitor de uma universidade particular no Espírito Santo, professor de direito penal na Universidade do Distrito Federal e diretor da Faculdade de Administração de Empresas dessa instituição. Trabalhou ainda como professor e secretário no Ginásio Calçado, em Calçado (ES), deu aulas no Ginásio Conde de Linhares, em Colatina, e foi inspetor federal do ensino secundá¬rio.
Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº. 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renova¬dora Nacional (Arena), de orientação gover¬nista.
Foi deputado estadual, deputado federal e senador, representando o Espírito Santo. Quando senador foi líder do governo no Senado. Eleito de forma indireta, Eurico Vieira de Rezende governou o estado do Espírito Santo de 1979-1983. Eleito pela Assembleia Legislativa no dia 1 de setembro de 1978, tomando posse no cargo em 15 março de 1979 e cumprindo o seu mandato até o final em 15 de março de 1983.

Publicou “Abutres da habitação”; “A revolução e o Brasil”; “A revolução e o ensino”; “A revolução em debate - temas e teimas”; “O Vereador, esse injustiçado”; “Espírito Santo e a Constituição”; “O BID e o Brasil”; “O professor de direito e Debate nacional”.
Retorna politicamente em 1994, onde disputou uma vaga para o senado federal pela legenda do Partido Progressista Reformador (PPR), entretanto, não foi eleito.
Eurico Vieira de Rezende foi o último governador do Regime Militar no Espírito Santo.
Faleceu no dia 14 de abril de 1997.

Texto de Lucas Rodrigues Barreto

Referências:

BRASÍLIA, Senado Federal (Org.). Eurico Rezende: um pioneiro. Brasília: Senado Federal, 1973. 18 p.

FGV. CPODOC Verbete: Eurico Vieira de Resende. Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/eurico-vieira-de-resende. Acesso em: 15 jan. 2018.

João Punaro Bley

  • BR ESAPEES JPB
  • Pessoa singular
  • 1930 - 1943

João Punaro Bley nasceu em Montes Claros (MG) no dia 14 de novembro de 1900, filho do engenheiro João Bley Filho e de Maria Punaro Barata.

Sua carreira discente iniciou-se no Grupo Escolar de Teófilo Otoni (MG), no Colégio Diocesano São José, no Rio de Janeiro — para onde sua família se transferiu em 1907 — e, de 1913 a 1917, no Colégio Militar de Barbacena (MG). Ingressou na Escola Militar do Realengo no Rio de Janeiro em 1918, de onde saiu aspirante-a-oficial de artilharia em 1920. Nesse mesmo ano, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, optando, em seguida, por servir no 4º Regimento de Artilharia, sediado em Curitiba, onde então trabalhava seu pai.

Ligado à carreira militar, Punaro Bley foi se ascendendo dentro dessa, recebendo menções honrosas e novas titulações militares com o passar dos anos.

Sua participação ativa nas questões militares o fez uma pessoa de destaque, recebendo propostas de cargos de confiança e também exercendo-os . Em 1928 exerceu a função de auxiliar de instrução da artilharia da Escola Militar do Realengo. Em 1930 foi promovido capitão.

Com a eclosão do movimento revolucionário de 3 de outubro de 1930, foi designado a combater as forças que se rebelaram no Espírito Santo. Com a crise de 1929, o Espírito Santo perdera espaço economicamente com a queda dos preços do café, agravando a situação de insatisfação por parte da sociedade civil. Funcionários públicos ficaram sem receber salários há meses. Com todo esse contexto Aristeu Aguiar, na época o governador, abandonou o cargo no dia 16 de outubro.

No dia 14 de novembro de 1930, Punaro Bley foi nomeado interventor federal no Espírito Santo, embora fosse um oficial sem tradição no estado e carente de experiência na administração pública. Posteriormente é nomeado interventor do Espírito Santo a mando de Getúlio Vargas. Esse episódio se deu pela acirrada disputa entre candidatos à presidência do Estado o que poderia desfragmentar a políticas federais, além do forte apoio a ele da Associação Comercial de Vitória.

A trajetória política de Punaro Bley, que comandou o Estado por quase uma década e meia foi extensa. Atuou como interventor federal de 1930 a 1935 (nesse período mostrou sua face autoritária, perseguindo jornalistas e opositores), governador de 1935 a 1937 e novamente interventor de 1937 a 1943 (com a decretação do Estado Novo (10/11/1937), Punaro Bley, que apoiou a medida, foi confirmado no cargo, agora novamente na qualidade de interventor federal).

Fernando Achiamé, no livro “O Espírito Santo na Era Vargas”, afirma que o Governo de Punaro Bley se caracterizou por uma “estratégia de conciliação de interesses”, na qual o interventor intermediava a política administrativa regional com a do poder central, exercido pelo Presidente da República Getúlio Vargas. No período diversas ações foram empreendidas, dentre elas: “a implantação de políticas públicas como saneamento financeiro, melhorias da prestação da educação e saúde, aparelhamento do porto de Vitória e criação do banco local”. Para Achiamé tratava-se de “um reformismo autoritário e modernizante”, que reforçava as hierarquias existentes e vinculava o Espírito Santo à política nacional.

Em março de 1940, foi promovido a major, retornou ao curso da Escola de Estado-Maior do Exército em 1942. Em janeiro de 1943, deixou a interventoria.

Sua administração no Espírito Santo se caracterizou inicialmente pela tentativa de pacificar as correntes políticas que disputavam sua preferência. Assentou as bases para o saneamento das finanças do estado, através da reorganização do Serviço de Tomada de Contas e do resgate de empréstimos, à vista e com abatimento de juros como registrado em seus discursos de governo. No que se refere à educação, procedeu à instalação da Faculdade de Direito do estado e à oficialização da Faculdade de Farmácia e Odontologia, além de criar a Escola Prática de Agricultura e desencadear a campanha de nacionalização do ensino nas áreas de colonização estrangeira.

Faleceu no Rio de Janeiro no dia 20 de abril de 1983.

Era casado com Alzira Bley, com quem teve duas filhas.

Arquivos relacionados a seu governo no Espírito Santo, como fotografias, solenidades, discursos e escritos estão preservados no Arquivo público do Espírito Santo (APEES). No Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (Cpdoc) da Fundação Getúlio Vargas, no Rio se encontra também seu arquivo pessoal.*

Texto de Lucas Rodrigues Barreto

Bibliografia:
ACHIAMÉ, Fernando A. M, O espírito Santo na era Vargas (1930-1937) – Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.

João Punaro Bley. Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/joao-punaro-bley-1. Acesso em: 21 mar. 2018.

Arquivo Público digitaliza acervo de imagens do Interventor Federal João Punaro Bley. Disponível em: https://ape.es.gov.br/Not%C3%ADcia/arquivo-publico-digitaliza-acervo-de-imagens-do-interventor-federal-joao-punaro-bley. Acesso em: 21 mar. 2018.

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