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Arquivo Público do Estado do Espírito Santo

Jornal Correio do Sul

  • JCS
  • Corporate body
  • 30/06/1928 - 2000

O Correio do Sul foi lançado em 30 de junho de 1928 por Armando de Carvalho Braga e Jerônimo Braga (irmãos de Rubem Braga e Newton Braga) na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, região sul do estado capixaba.

Em sua fundação o jornal tinha o seguinte organograma:

Armando de Carvalho Braga - diretor;
Jerônimo Braga - gerente;
Francisco Gonçalves - redator chefe;
Hélio Ramos – tipógrafo e chefe de oficina.
Nos primeiros anos de circulação do jornal o mesmo se intitulava “orgão oficial do Partido Republicano do estado do Espirito Santo” e sendo assim, sua modesta redação funcionava no pavimento térreo da prefeitura, localizada no centro da cidade. Nos primeiros meses a periodicidade do jornal era bissemanário, circulando nas quartas e sábados. Em dezembro de 1928 o Correio torna-se trissemanário, saindo as ruas nas terças, quintas e sábados.

Por sua linha editorial e tendências políticas que apoiavam o então presidente Washington Luís e o candidato da “situação” Júlio Prestes o Correio foi “empastelado” (empastelamente – jargão usado para a invasão sofrida por jornais contrários a Vargas) em outubro de 1930 em função da revolução de 30.

No período de outubro de 1930 a 21 de janeiro de 1931 o Correio não circulou. Em seu retorno, nas últimas semana de janeiro de 31 o jornal informava que a partir daquele momento o periódico seria um orgão independente, ou seja, sem tendências políticas.

Rubem e Newton Braga
Rubem Braga, irmão mais novo dos fundadores do Correio do Sul, passou a contribuir para o jornal a partir de agosto de 1928 com textos de variados assuntos. Em sua estreia, datada de 11 de agosto, o tema foi sobre o acidente dos pilotos italianos Ferrarin e del Prete.

Com apenas 15 anos de idade, em 1928, o Correio do Sul, sem saber, estava revelando para o Brasil os primeiros textos daquele que viria a se tornar um dos maiores estilistas da língua e responsável por converter a crônica em estilo literário.

Com uma coluna intitulada “Carta do Rio” Rubem escreveu por alguns anos para o jornal da família. O nome da coluna decorre do fato de Rubem, neste período inicial, estar residindo no estado do Rio de Janeiro. Quando o mesmo transfere-se para a cidade de Belo Horizonte, para finalizar seu curso de Direito, esta coluna passa a ser chamada de “Cartas de Minas”. Nos períodos que o jovem Rubem Braga passa férias em sua cidade natal ou na casa de praia da família, na cidade de Marataízes, ele publica pequenas notas sob o título de “Correio Maratimba”.

Newton Braga, irmão mais próximo de Rubem, pois é mais velho quase dois anos, também colabora com o jornal da família como redator chefe, cargo que assumiu em 1932. Sob seu comando o jornal ganhou identidade local sendo ele o responsável por movimentos cívicos como a criação do “Dia da Cachoeiro”. Newton foi poeta e crítico literário no jornal Diário de Notícias carioca.

O Fim
O Correio passou por vários donos, sendo marcado por uma posição de vanguarda cultural até seus últimos exemplares, datados do ano de 2000.

Dos jornais impressos em Cachoeiro de Itapemirim o Correio é um dos mais longevos periódicos e na atualidade as suas páginas podem ser folhados nos exemplares existentes no Instituto Newton Braga e na Casa dos Braga.

Alfredo Mazzei

  • MAZZEI
  • Person
  • 1930 - 1980

Alfredo Mazzei foi um dos mais importantes fotógrafos de sua geração. Nasceu em Ubá-MG em 1904, e transferiu-se para o Cachoeiro de Itapemirim-
ES no final da década de 1920, onde iniciou sua atividade fotográfica. Em 1931 transferiu-se para a capital do estado e logo firmou-se como um profissional que prezava pela qualidade e originalidade. Seus registros fotográficos compõem um panorama social, paisagístico e político de suma importância para a sociedade capixaba de hoje. Fonte: Furtado, Marcello França. Catálogo do acervo pessoal de Alfredo Mazzei / Marcello França Furtado. – Vitória: Interferências Filmes e Projetos, 2022. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1NNyOj5g3Ux65QobkhtoSSf-ifrDy6-6n/view. Acesso em: 19 mai. 2023.

Cine Memória

  • BR ESAPEES CINE
  • Corporate body
  • 1896-2013

O projeto Cine Memória - A história das Salas de Cinema do Espírito Santo é um projeto de pesquisa do Departamento de Arquivologia da Universidade Federal do Espírito Santo. Ao longo dos treze anos de pesquisa foi possível reunir um significativo acervo, que conta com fotografias, jornais, revistas, plantas e entrevistas, que, através deste inventário, será disponibilizado aos centros de informações, arquivos e bibliotecas. Destacamos que essa coleção do projeto não possui nenhum documento físico, todos são digitalizados e devolvidos aos seus acervos públicos e privados, de origem.
Junto com o grupo de pesquisa, o projeto pleiteou um apoio financeiro para o Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (FUNCULTURA), através do edital destinado à seleção de projetos culturais para inventário de acervos no estado, tendo sido contemplado no ano de 2012. A proposta, então, era a de organizar um inventário analítico do acervo digital da coleção Cine Memória, indicando a origem do acervo original para os consulentes.

João Punaro Bley

  • BR ESAPEES JPB
  • Person
  • 1930 - 1943

João Punaro Bley nasceu em Montes Claros (MG) no dia 14 de novembro de 1900, filho do engenheiro João Bley Filho e de Maria Punaro Barata.

Sua carreira discente iniciou-se no Grupo Escolar de Teófilo Otoni (MG), no Colégio Diocesano São José, no Rio de Janeiro — para onde sua família se transferiu em 1907 — e, de 1913 a 1917, no Colégio Militar de Barbacena (MG). Ingressou na Escola Militar do Realengo no Rio de Janeiro em 1918, de onde saiu aspirante-a-oficial de artilharia em 1920. Nesse mesmo ano, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, optando, em seguida, por servir no 4º Regimento de Artilharia, sediado em Curitiba, onde então trabalhava seu pai.

Ligado à carreira militar, Punaro Bley foi se ascendendo dentro dessa, recebendo menções honrosas e novas titulações militares com o passar dos anos.

Sua participação ativa nas questões militares o fez uma pessoa de destaque, recebendo propostas de cargos de confiança e também exercendo-os . Em 1928 exerceu a função de auxiliar de instrução da artilharia da Escola Militar do Realengo. Em 1930 foi promovido capitão.

Com a eclosão do movimento revolucionário de 3 de outubro de 1930, foi designado a combater as forças que se rebelaram no Espírito Santo. Com a crise de 1929, o Espírito Santo perdera espaço economicamente com a queda dos preços do café, agravando a situação de insatisfação por parte da sociedade civil. Funcionários públicos ficaram sem receber salários há meses. Com todo esse contexto Aristeu Aguiar, na época o governador, abandonou o cargo no dia 16 de outubro.

No dia 14 de novembro de 1930, Punaro Bley foi nomeado interventor federal no Espírito Santo, embora fosse um oficial sem tradição no estado e carente de experiência na administração pública. Posteriormente é nomeado interventor do Espírito Santo a mando de Getúlio Vargas. Esse episódio se deu pela acirrada disputa entre candidatos à presidência do Estado o que poderia desfragmentar a políticas federais, além do forte apoio a ele da Associação Comercial de Vitória.

A trajetória política de Punaro Bley, que comandou o Estado por quase uma década e meia foi extensa. Atuou como interventor federal de 1930 a 1935 (nesse período mostrou sua face autoritária, perseguindo jornalistas e opositores), governador de 1935 a 1937 e novamente interventor de 1937 a 1943 (com a decretação do Estado Novo (10/11/1937), Punaro Bley, que apoiou a medida, foi confirmado no cargo, agora novamente na qualidade de interventor federal).

Fernando Achiamé, no livro “O Espírito Santo na Era Vargas”, afirma que o Governo de Punaro Bley se caracterizou por uma “estratégia de conciliação de interesses”, na qual o interventor intermediava a política administrativa regional com a do poder central, exercido pelo Presidente da República Getúlio Vargas. No período diversas ações foram empreendidas, dentre elas: “a implantação de políticas públicas como saneamento financeiro, melhorias da prestação da educação e saúde, aparelhamento do porto de Vitória e criação do banco local”. Para Achiamé tratava-se de “um reformismo autoritário e modernizante”, que reforçava as hierarquias existentes e vinculava o Espírito Santo à política nacional.

Em março de 1940, foi promovido a major, retornou ao curso da Escola de Estado-Maior do Exército em 1942. Em janeiro de 1943, deixou a interventoria.

Sua administração no Espírito Santo se caracterizou inicialmente pela tentativa de pacificar as correntes políticas que disputavam sua preferência. Assentou as bases para o saneamento das finanças do estado, através da reorganização do Serviço de Tomada de Contas e do resgate de empréstimos, à vista e com abatimento de juros como registrado em seus discursos de governo. No que se refere à educação, procedeu à instalação da Faculdade de Direito do estado e à oficialização da Faculdade de Farmácia e Odontologia, além de criar a Escola Prática de Agricultura e desencadear a campanha de nacionalização do ensino nas áreas de colonização estrangeira.

Faleceu no Rio de Janeiro no dia 20 de abril de 1983.

Era casado com Alzira Bley, com quem teve duas filhas.

Arquivos relacionados a seu governo no Espírito Santo, como fotografias, solenidades, discursos e escritos estão preservados no Arquivo público do Espírito Santo (APEES). No Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (Cpdoc) da Fundação Getúlio Vargas, no Rio se encontra também seu arquivo pessoal.*

Texto de Lucas Rodrigues Barreto

Bibliografia:
ACHIAMÉ, Fernando A. M, O espírito Santo na era Vargas (1930-1937) – Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.

João Punaro Bley. Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/joao-punaro-bley-1. Acesso em: 21 mar. 2018.

Arquivo Público digitaliza acervo de imagens do Interventor Federal João Punaro Bley. Disponível em: https://ape.es.gov.br/Not%C3%ADcia/arquivo-publico-digitaliza-acervo-de-imagens-do-interventor-federal-joao-punaro-bley. Acesso em: 21 mar. 2018.